Dê uma chance para o futuro do cinema. Ele pode começar aqui e agora. Siga as coordenadas. Entre em Novos Diretores/Novos Filmes e descubra uma cena inesquecível, um novo ator, uma idéia interessante. Pense quantas vezes por dia você se lembra de uma cena de um filme. O cinema seria capaz de mudar uma vida? Você seria capaz de acreditar que um filme pode salvar seu dia?

Olhe para frente, para o céu, para o chão, veja o mundo ao seu redor. Ele está vivo. O passado sempre fará parte da sua essência, siga em frente. Lá tem 15 novos filmes, inéditos. Tem a política, sempre espinhosa e dura, mas necessária: veja o que o povo da Venezuela pensa do seu presidente (A ameaça); as mulheres de Serra Leoa que foram obrigadas a pegar em armas (A Mulher Vê Muitas Coisas) ou o retorno à pátria depois de anos de exílio (Harat).

Tem o frescor dos novos nomes do cinema: americanos desvelando sua América (Anywhere USA, Loren Cass), um inglês que já nasceu com a câmera na mão (Como Ser), um alemão fazendo mistério (Ato de Violência), ou o legítimo cinema indie (Deixando Barstow, Harrison Montgomery). Tem também o desafio indie: há tempo para um filme de amor sem palavras (Amantes)? Pode se desligar e seguir a história familiar de um diretor filipino (Quando Eu Era uma Criança...)?

A Mostra Mundial se completa com 14 filmes que chegarão às salas de exibição do país em breve, apresentados na seção Première. É interessante saber que grandes nomes como Philippe Garrel e os irmãos Dardenne conviverão com diretores estreantes como o chinês Conrad Clark (Destino Traçado), o estilo mumblecore de Joe Swanberg (Hannah) ou o israelense Tzahi Grad (Gesto Obsceno).

A nossa identidade número 08 é essa: contemporânea e interessada no futuro. Fizemos uma opção. Um festival pode ser várias coisas, ter vários estilos, objetivos. Somos uma grande comunidade, somos 17 países conectados e estamos aqui agora, BH, MG, Brasil. Você também percorreu um longo caminho até chegar aqui e sentar na frente da tela, agora é com você. (D.A)